Hoje a saúde do planeta ocupa o topo da lista das prioridades do debate a respeito da nossa qualidade de vida, da sustentabilidade da sociedade e de nosso futuro no mundo.
Essa preocupação se reflete em iniciativas individuais, comunitárias e governamentais visando a redução do impacto negativo que geramos no meio ambiente.
E, em nossa sociedade global marcada pelo alto consumo e dependente do crescimento constante de mercados, as embalagens dos produtos têm um papel significativo na geração de resíduos, contribuindo em larga escala para a poluição no mundo.
Por isso, publicamos este artigo como uma fonte de informação útil para todos que estão conscientes da questão ambiental e buscam caminhos para o desenvolvimento de embalagens mais sustentáveis.
Abordaremos o problema da saúde ambiental, assim como estratégias e soluções que estão sendo adotadas no mundo no enfrentamento desse desafio, como a adoção de práticas mais sustentáveis na produção de embalagens, com a substituição de materiais poluentes por outros eco-friendly.
O nosso futuro no planeta depende da ação de todos. Nessa tarefa, a informação é a melhor ferramenta.
Leia aqui em “O novo mercado mundial: a busca por embalagens sustentáveis”:
— A indústria e o mercado em busca de mudanças
— O que o consumidor de hoje deseja
— Uma nova abordagem ambiental
— Plástico: Um vilão contra o meio ambiente
— E o que são embalagens sustentáveis?
— Como projetar embalagens sustentáveis?
— A substituição do plástico por papel, uma tendência mundial
— Os desafios
— Exemplos de sucesso
— Engajamento coletivo
— Cuide do meio ambiente com a Colorsystem
A indústria e o mercado em busca de mudanças
Atualmente, diante da necessidade de redução de danos ao meio ambiente, empresas e uma crescente parcela dos consumidores estão engajados na busca por um mercado de consumo menos poluente.
Consumidores conscientes da responsabilidade de suas escolhas de compra estão buscando produtos com menor impacto ambiental.
Segundo a pesquisa Environment Research de 2019, realizada em 15 países pela produtora multinacional de embalagens Tetra Pak — veja aqui —, para 93% dos consumidores brasileiros, marcas com embalagens ambientalmente responsáveis influenciam a decisão de compra.
A pesquisa ainda aponta que, no Brasil, “35% reconhecem o selo FSC® (Forest Stewardship Council)”. E que, quanto ao conhecimento dos termos relacionados à sustentabilidade, “os conceitos: reciclável (80%), biodegradável (70%), renovável (66%) são os mais familiares. O conceito sustentável é reconhecido por 67% da população”.
Segundo outro levantamento, o Buying Green Report de 2023, apresentado pela também global Trivium Packaging — veja aqui e aqui — , o engajamento ambiental dos consumidores tende a crescer ainda mais no futuro próximo.
Conforme os dados levantados:
• 82% dos consumidores de todas as faixas etárias demonstraram disposição de pagar mais por embalagens sustentáveis, um aumento de 4 pontos em relação a 2022 e 8 pontos em relação ao ano anterior de 2021;
• 90% dos consumidores da geração Z demonstraram disposição em pagar mais por embalagens sustentáveis;
• 71% dos consumidores escolheram um produto com base nas informações sobre sustentabilidade nos últimos seis meses;
• 80% dos consumidores disseram que estariam interessados em comprar produtos em embalagens com refil para reduzir o impacto deles no meio ambiente.
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O comportamento dos consumidores evidentemente se reflete nas indústrias, que se veem compelidas a atender às exigências do mercado. Caso contrário, seus produtos serão preteridos por outros e suas marcas perderão valor.
Além disso, a conscientização ambiental dos próprios responsáveis e colaboradores das empresas também impulsiona a busca por soluções mais ecológicas para seus produtos e embalagens.
De forma geral, a crescente preocupação de toda a sociedade com a poluição resultante do lixo e do descarte de embalagens está impulsionando mudanças positivas no mercado. Isso tem levado a uma maior conscientização e ação em prol da sustentabilidade e da preservação do meio ambiente.
O que o consumidor de hoje deseja
Nesse mercado em que o consumidor faz escolhas de compra cada vez mais levando em consideração o potencial poluente de um produto e sua embalagem, podemos encontrar algumas principais tendências de comportamento:
Preferência por produtos com embalagens recicláveis ou biodegradáveis: Os consumidores estão atentos ao fato de uma embalagem ser reciclável ou se ela se degrada naturalmente na natureza;
Busca por certificações: Os consumidores também estão atentos para saber se um produto possui certificações de sustentabilidade, com selos que indiquem que a embalagem foi produzida de maneira ecologicamente adequada;
Rejeição a embalagens excessivas: Embalagens muito volumosas ou com peças e encartes em excesso tendem a ser rejeitadas por gerarem uma quantidade de descarte desnecessário;
Valorização de embalagens reutilizáveis: Embalagens que podem ser reutilizadas para outros fins depois do consumo do produto são cada vez mais valorizadas;
Boicote às empresas com práticas ambientais negativas: Os consumidores tendem a evitar produtos de empresas de práticas ambientais sabidamente ruins, algumas vezes se organizando para promover amplos boicotes a algumas marcas, indústrias e produtos;
Disposição para pagar mais por produtos amigáveis ao meio ambiente: Como já apontado, pesquisas demonstram que uma boa parcela dos consumidores está disposta a pagar um preço maior por produtos menos danosos à natureza.
Uma nova abordagem ambiental
Diante de um mundo mais sensível à questão ambiental, novos parâmetros de validação de ações empresariais em relação à poluição e à sociedade surgem com frequência.
E, nos últimos anos, a abordagem ESG vem ganhando força.
A sigla significa Ambiental, Social e Governança (Environmental, Social, and Governance, em inglês), e foi criada para ajudar nas avaliações de investimentos que levam em consideração não apenas a situação financeira de uma empresa, mas também sua influência e impacto no ambiente e na sociedade.
Explicando melhor a sigla a partir dos 3 critérios que a constituem:
Ambiental (E): Refere-se às práticas de uma empresa em relação ao meio ambiente, como sua pegada de carbono, uso de recursos naturais, gestão de resíduos, políticas de energia renovável e impacto das operações no ecossistema;
Social (S): Refere-se ao impacto da empresa na sociedade, abrangendo diversidade, inclusão, direitos humanos, condições de trabalho, saúde e segurança dos funcionários, relações com a comunidade local e responsabilidade social;
Governança (G): Refere-se às práticas de governança corporativa da empresa, incluindo a estrutura de liderança, transparência, ética nos negócios, remuneração dos executivos, gestão de riscos e conformidade com as leis e regulamentos.
A abordagem ESG surgiu no final do século XX, mas sua maior adoção se deu nos últimos anos, em decorrência da conscientização da importância da sustentabilidade ambiental e a responsabilidade corporativa com a questão.
A ideia por trás do surgimento do ESG é a de que empresas que adotam práticas sustentáveis e responsáveis sejam potencialmente mais bem-sucedidas no longo prazo, trazendo maiores ganhos financeiros.
Com o passar dos anos, o conceito ESG se expandiu e se consolidou como uma abordagem adotada não apenas por investidores, mas também por empresas, órgãos reguladores e entidades da sociedade civil.
Assim, o ESG hoje é um fator de base da gestão empresarial responsável, sendo aplicado por companhias em todo o mundo como um guia de orientações para práticas sustentáveis e responsáveis.
Plástico: Um vilão contra o meio ambiente
Um dos maiores desafios da atualidade quanto à preservação da natureza é a proliferação de resíduos plásticos.
Com sua durabilidade e resistência, o plástico é altamente poluente e de decomposição lenta. Atualmente, milhões de toneladas do material são descartados, poluindo praticamente todos os ambientes, desde regiões urbanas até locais mais remotos e ecossistemas marinhos.
A poluição dos oceanos é um exemplo significativo do problema. O plástico despejado nos mares se degrada em microplásticos (1), que são ingeridos por animais marinhos. Além dos problemas gerados a esses animais e aos ecossistemas que eles habitam, os microplásticos acabam entrando na cadeia alimentar.
Os microplásticos podem ser transferidos para outros seres que se alimentam de animais marinhos contaminados. A transferência de microplásticos pela cadeia alimentar é uma das preocupações mais graves relacionadas à poluição por plástico, pois pode levar à contaminação generalizada de diferentes espécies e ecossistemas.
Os microplásticos podem inclusive chegar até os seres humanos através da ingestão de frutos do mar, peixes, moluscos e crustáceos contaminados. (A contaminação via água potável também é uma realidade, com estudos encontrando microplásticos em fontes de água em todo o mundo.)
Portanto, é importantíssimo que juntemos esforços para minimizar a quantidade de plástico despejado no meio ambiente. Por isso o debate sobre a necessidade de usarmos cada vez mais embalagens sustentáveis aumenta a cada dia.
E o que são embalagens sustentáveis?
Embalagens sustentáveis, de modo geral, são aquelas projetadas, produzidas e descartadas visando o menor impacto ambiental negativo em todo seu ciclo, considerando desde sua produção até sua degradação.
Para isso, são geralmente produzidas com materiais renováveis, reciclados, recicláveis, biodegradáveis ou compostáveis (2).
De um ponto de vista mais amplo, além do critério ambiental, as chamadas embalagens sustentáveis também podem ser consideradas dentro de aspectos sociais e econômicos, sendo produzidas com condições de trabalho mais justas e com a minimização de desperdícios em sua utilização.
Como projetar embalagens sustentáveis?
Para desenvolver embalagens sustentáveis, é necessário considerar diversos aspectos, do início ao fim do processo, desde a escolha dos materiais até seu design. Aqui vão dicas para você projetar embalagens mais sustentáveis:
Escolha dos materiais: Opte por materiais renováveis e, se possível, de origem vegetal, como papel reciclado, papel kraft, papelão, bioplásticos e plásticos compostáveis. Evite materiais não recicláveis ou de reciclagem difícil;
Redução de material: Use uma quantidade menor de material desde que isso não comprometa a funcionalidade da embalagem. Além de diminuir o desperdício, reduzindo o material você terá economia nos custos de produção e transporte;
Embalagens reutilizáveis: Uma estratégia interessante é avaliar o desenvolvimento de embalagens que possam ser reutilizadas para outros fins pelo consumidor depois de seu uso original;
Design econômico: Projete embalagens mais simples e funcionais, eliminando partes desnecessárias. Além de reduzir o material utilizado, isso será percebido pelo consumidor engajado com a sustentabilidade, tornando sua embalagem mais atraente para ele;
Design racional: Desenvolva sua embalagem de modo que ela possa ser facilmente desmontada para a reciclagem. Evite também mistura de materiais que acabem dificultando a reciclagem;
Comunicação sobre sustentabilidade: Informe os aspectos sustentáveis da sua embalagem. Aproveite e também informe a seus consumidores sobre a importância da sustentabilidade;
Informe sobre o descarte: Traga informações sobre o modo correto descartar a embalagem;
Inovação em materiais: Fique atento a inovações em materiais e tecnologias que possam deixar sua embalagem mais sustentável, como novos plásticos biodegradáveis, fibras naturais e matérias compostáveis;
Avaliação do ciclo de vida: avalie o impacto ambiental gerado por sua embalagem ao longo de seu ciclo de vida completo, da produção ao descarte.
A substituição do plástico por papel, uma tendência mundial
O plástico é um material incompatível com o meio ambiente. Além de sua toxicidade, pode levar centenas de anos para se decompor e é proveniente de fontes não renováveis, como o petróleo. Seu impacto negativo no meio ambiente é crescente e de consequências imprevisíveis.
Um dos caminhos para diminuir sua presença crescente na natureza é a redução de seu uso geral, substituindo‑o por materiais sustentáveis.
Em embalagens, o papel é uma das opções de substituição preferidas, pois é um material renovável, biodegradável e reciclável.
Entre as vantagens que obtemos ao substituir plástico por papel em embalagens, podemos destacar:
Biodegradabilidade: O papel se decompõe naturalmente;
Renovabilidade: Diferente do plástico, o papel é produzido com recursos renováveis;
Reciclabilidade: O papel é altamente reciclável, podendo ser reutilizado com relativa facilidade em novos produtos;
Aceitação e branding: A preferência de muitos consumidores por embalagens mais sustentáveis pode favorecer as vendas do produto e a imagem da marca;
Adequações a regulamentações: diversos países estão implementando regulamentações mais rígidas quanto ao uso do plástico, o que pode gerar impedimentos e dificuldades na comercialização de produtos.
Os desafios
No entanto, o uso do papel no lugar do plástico traz também desafios.
O papel possui menor resistência à umidade e é mais frágil que o plástico, podendo exigir mais material para se obter o mesmo resultado.
A produção de papel pode necessitar de grande quantidade de recursos ambientais, como água e energia, e trazer também impactos significativos, como desmatamento e emissões de gases de efeito estufa.
Para enfrentar esses desafios e se obter resultados vantajosos, algumas estratégias podem ser adotadas.
Desenvolva sua embalagem junto a profissionais especializados e elabore um projeto eficiente em termos de material, peso e volume.
Esteja atualizado sobre a inovação em materiais sustentáveis, para que possa usá-los em combinação com o papel em suas embalagens. Plásticos biodegradáveis, fibras naturais e materiais compostáveis podem ajudar a superar as limitações do papel em termos de durabilidade e proteção do produto.
Adote certificações ambientais, como FSC (Forest Stewardship Council), para garantir que o papel seja obtido de forma sustentável e responsável.
Os desafios ressaltam a necessidade de uma abordagem equilibrada e abrangente ao avaliar a substituição do plástico por papel em embalagens.
Diante dessa demanda crescente, as soluções aumentam rapidamente, e as empresas estão encontrando caminhos inovadores e criativos para suas embalagens.
Veja algumas abaixo.
Exemplos de sucesso
L’Oréal Elvive
A L’Oréal Elvive é uma linha de produtos capilares da L’Oréal Paris. Ela oferece uma ampla gama de produtos, como xampus, condicionadores, máscaras capilares etc.
Em 2020, a Elvive lançou algumas de suas embalagens feitas com papelão reciclável em substituição ao plástico, tradicionalmente usado no mercado de produtos de beleza.
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Água mineral em caixinha
Depois de dois anos no desenvolvimento do projeto, uma startup e a empresa Tetra Pak lançaram no Brasil água mineral em embalagem produzida principalmente por papelão.
A caixa é 100% reciclável e com 82% da matéria-prima renovável, feita de papel, plástico de cana-de-açúcar e alumínio
De acordo com os responsável pelo projeto, a embalagem é reutilizável, 88% renovável, ou seja, feita quase só de plantas (54% de papel e 35% de plástico verde), 100% reciclável, com a tampa e topo feitos de cana-de-açúcar, papel feito com madeira de florestas certificadas, com cadeia de reciclagem mapeada e recicladores homologados.
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Nesquik, da Nestlé, agora em embalagem de papel
Em 2019 a Nestlé anunciou o lançamento da marca de achocolatado Nesquik All Natural, produto então vendido em embalagem de papel reciclável.
O lançamento ocorreu após a Nestlé ter divulgado sua meta de chegar ao ano de 2025 com 100% de suas embalagens recicláveis ou reutilizáveis.
Engajamento coletivo
Além do crescimento espontâneo da conscientização da sociedade em relação aos cuidados com o meio ambiente, governos e organizações não governamentais têm contribuído significativamente para o fomento da questão.
Por meio de campanhas de conscientização e educação ambiental, eles informam sobre os impactos ambientais das embalagens e incentivam mudanças de comportamento em direção a escolhas mais sustentáveis.
Temos, portanto, uma tendência incontornável de comportamento, tanto por parte da sociedade, como do governo e demais entidades. Afinal, cada vez mais estamos todos a par dos prejuízos que nosso abundante descarte de materiais vem causando na natureza.
Por isso a questão das embalagens sustentáveis é tão importante. E há modos de nos empenharmos para reduzirmos progressivamente os danos que causamos no meio ambiente.
E as empresas que não aderirem à questão ficarão invariavelmente para trás, perdendo aceitação do mercado para seus produtos e marcas, além de não contribuírem para a saúde do meio ambiente.
Cuide do meio ambiente com a Colorsystem
Nós, da Colorsystem, estamos desde o início de nossas atividades alinhados com práticas ecologicamente conscientes.
Somos licenciados pela CETESB, possuímos CADRI (Certificação de Destinação de Resíduos Industriais) e mantemos parcerias com empresas devidamente certificadas para a coleta e adequado descarte de resíduos.
Utilizamos chapas que reduzem a necessidade de processamentos químicos danosos, como a Kodak Sonora®. Somos certificados pelo FSC®, garantindo que os papéis que utilizamos são provenientes de florestas de manejo responsável.
Nossas tintas são fabricadas à base de óleo vegetal, uma matéria prima com fonte renovável.
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Soluções para seu projeto de embalagem
Disponibilizamos para nossos clientes uma equipe com preparo técnico e conhecimento em soluções inovadoras para produção de embalagens sustentáveis.
Conte com nosso time. Ele está à sua disposição para estudar seu projeto e buscar junto com você os melhores caminhos e materiais para sua embalagem.
Confira. Fale conosco clicando aqui.
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Esperamos que este artigo tenha sido útil para você!
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Também convidamos você a acessar o nosso blog. Lá você vai conferir mais artigos com tópicos sobre diversos assuntos relacionados à área gráfica e afins.
(1) Microplásticos:
Microplásticos são fragmentos de plástico com menos de 5 milímetros. Estão presentes em diversos ambientes, como rios, oceanos e, inclusive, no ar. Os microplásticos podem surgir a partir da deterioração de objetos plásticos maiores, como peças de produtos, sacolas etc., ou podem ser microplásticos primários, fabricados para uso em outros produtos, como itens de limpeza e cosméticos.
(2) Compostáveis:
Compostáveis (ou materiais compostáveis) são substâncias que se degradam naturalmente em compostagem (processo biológico em que materiais orgânicos se transformam em compostos orgânicos nutritivos). Geralmente são produzidos a partir de fontes vegetais, como a cana-de-açúcar, e podem incluir em sua composição sintéticos que também vão se decompor em compostagem, como certos plásticos. Por se degradarem em um período de semanas ou meses, os compostáveis são uma alternativa menos danosa ao meio ambiente do que plásticos convencionais.