Como já tratamos em um artigo anterior, a maior parte (cerca de 76%, segundo a Nielsen) dos lançamentos fracassa já no primeiro ano de vida.
E uma embalagem, fator determinante para o sucesso, pode ser valorizada com o uso dos rótulos autoadesivos.
Conheça neste artigo as características desse recurso cada vez mais usado no Brasil e no mundo devido às vantagens que oferece.
Na luta pela sobrevivência no mercado, um produto precisa, além de se comunicar com clareza, saber seduzir o consumidor, motivando‑o a levá-lo para casa (seja pela primeira vez ou não). E essa é uma luta contínua, nunca ganha, pois mesmo um comprador “fidelizado” pode ter sua atenção sequestrada no ponto de venda por um concorrente que faça melhor uso da embalagem, fazendo ele mudar de ideia, deixando o produto que costumava levar — o seu produto — empoeirando na prateleira.
Nessa batalha diária, travada selvagemente entre gôndolas de lojas e supermercados, a evolução da tecnologia de impressão gráfica vêm se tornado parte do arsenal disponível, e as embalagens vêm se armando com recursos cada vez mais sofisticados.
Em tal cenário, as embalagens vêm se mostrando cada vez mais elaboradas, personalizadas e atrativas. E os rótulos autoadesivos, devido às suas diversas qualidades, estão se tornando cada vez mais parte dos recursos nessa luta pelas vendas. Eles estão cada vez mais presentes em produtos variados, desde alimentos industrializados até itens de limpeza, passando por medicamentos e eletrodomésticos.
Este novo artigo trata desse tipo de rotulagem, os autoadesivos. Caso tenha alguma dúvida sobre o assunto, entre em contato. A Colorsystem tem vasta experiência em rótulos autoadesivos e está à sua disposição para ajudá-lo.
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Neste artigo falaremos sobre:
— O que é um autoadesivo
— Por que usar rotulagem autoadesiva?
— Aderência e versatilidade para cada uso
— Preste atenção aos detalhes
— As camadas de um rótulo autoadesivo
— Os tipos de frontal de rótulos autoadesivos
— A escolha do liner
— Cuidados e restrições
— As bolhas
— Concluindo
Mas o que é um autoadesivo?
O autoadesivo, ou rótulo sensível à pressão (do inglês Pressure Sensitive Label — PSL), um recurso para embalagens que vem crescendo e se consolidando no mundo industrializado, é uma estrutura laminada, composta por ao menos três camadas: suporte, adesivo e frontal.
Sua ampla difusão em todo o mundo acontece por algumas razões. A principal é a versatilidade que esse tipo de rotulagem proporciona aos fabricantes de bens de consumo.
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Por que usar rotulagem autoadesiva?
Em termos de resultado visual, devido à versatilidade de recursos de impressão que permitem, os autoadesivos possibilitam grande criatividade e adequação de mensagem na confecção de rótulos.
Além disso, eles podem ser usados em embalagens de formatos bastante variados, proporcionando harmonização ao design.
Como pode ser visto mais abaixo, os autoadesivos oferecem também uma característica bastante útil: eles podem ser customizados para possuírem aderência variada. Ou seja, eles podem ser do tipo facilmente removível (como os avisos do fabricante colados em eletrodomésticos) ou com remoção particularmente difícil (como os adesivos ultra-permanentes, aplicados em medicamentos e produtos perigosos).
As possibilidades e recursos técnicos possíveis com os autoadesivos, com ampla gama de customização, fazem deles uma excelente ferramenta de vendas, contribuindo diretamente numa maior impactarão no ponto de venda.
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A aderência dos autoadesivos: versatilidade para cada necessidade
É comum em embalagens que o rótulo tenha adesão permanente, ou então que sua remoção seja bem difícil. É o que acontece, por exemplo, com o rótulo de algumas bebidas. Nesse caso, o objetivo é que ele permaneça firme ao menos até que o produto seja consumido.
Em alguns casos, o fabricante deseja que o rótulo permaneça por um tempo maior, indefinido, pensando que, caso o consumidor venha a usar a garrafa da bebida — principalmente as mais mais sofisticadas, caras — para outros fins, a marca e o nome do produto se mantenham visíveis.
Em outras situações, porém, o objetivo é permitir a fácil remoção do adesivo, como acontece com os avisos em eletrodomésticos ou objetos decorativos. No Brasil, um exemplo do primeiro caso são os informativos que indicam o nível de eficiência energética, apontando o quanto um equipamento consome por determinado tempo.
No outro extremo, há os adesivos ultra-permanentes, praticamente impossíveis de remover. Um exemplo desse tipo de adesivo são medicamentos e produtos perigosos, cujas orientações precisam permanecer disponíveis aos consumidores mesmo após o uso do conteúdo.
Outro caso são os adesivos reposicionáveis. Eles podem ser retirados facilmente e novamente grudados sem deixar vestígio de cola. Um exemplo, usado em algumas embalagens de lenços umedecidos, é o chamado “sistema abre e fecha”. Existem também ações promocionais em que adesivos são colados nas embalagens para, depois de retirados, serem colados em outro suporte e enviados ao fabricante para um sorteio, por exemplo.
Existem ainda os adesivos que resistem a temperaturas extremas, outros que são homologados para permanecer em contato com alimento, ou então os que suportam o contato com produtos agressivos.
Ainda quanto à aderência, vale lembrar que a escolha de um tipo ou outro de adesivo pode ser decorrente das características do material em que eles serão aplicados. Em algumas superfícies a adesão é mais fácil, como no papel. Em outras, nem tanto, como no vidro.
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Atenção aos detalhes
Para se explorar melhor os recursos que os autoadesivos oferecem, sejam eles técnicos ou de marketing/vendas, o melhor caminho é o do desenvolvimento cuidadoso, detalhado e profissional do projeto da embalagem. Ou seja, é melhor trabalhar com um planejamento minucioso, com um olho nos aspectos físicos e técnicos, outro no mercado.
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A embalagem da bebida Blend, selecionada entre as melhores de 2017 (The Dieline), se destacou principalmente devido ao uso apurado do degradê no rótulo.
Para bons resultados, o ideal é buscar associar o marketing com os recursos técnicos disponíveis.
É importante também levar sempre em consideração a condição em que o produto será envasado, transportado, exposto, manuseado e até mesmo consumido. Cada um desses aspectos pode interferir no sucesso do projeto. A especificação da estrutura autoadesiva deve ser apropriada para cada rótulo e aplicação. Desde as etapas de produção até o descarte da embalagem, o ciclo do produto deve ser analisado para proporcionar uma rotulagem que atenda às suas especificidades.
Cada situação à qual o rótulo será exposto deve ser esmiuçada. Por exemplo, quando embalagens provavelmente irão sofrer a ação de temperaturas elevadas, mesmo que por poucos momentos, o rótulo autoadesivo deve ser pensado de forma completamente diferente do que quando há previsão de longos períodos em ambientes úmidos e frios, como geladeiras.
O aspecto estético — de suma importância quando o assunto é embalagem — obviamente também é imprescindível. Afinal, conforme o projeto visual de uma embalagem, um tipo ou outro de rótulo será usado, cada um com características que irão influenciar diretamente nos processos de impressão e nos resultados.
Os rótulos transparentes, por exemplo, muito usados em bebidas e cosméticos, são confeccionados em filme plástico, e dão a impressão de que a arte é gravada diretamente no vidro, plástico ou outro material, dando a esses produtos uma aparência particular.
As variantes, portanto, a serem levadas em consideração são de natureza diversa e não podem ser negligenciadas. Por isso, no desenvolvimento de seu projeto de embalagem, é vantajoso contar com uma gráfica de confiança, que, com seus conhecimentos, poderá ajudá-lo nas escolhas. A Colorsystem disponibiliza técnicos especializados para ajudar no desenvolvimento de projetos. Entre em contato.
Conheça as camadas de um rótulo autoadesivo
Nos rótulos autoadesivos, o adesivo propriamente dito fica entre outras duas camadas: o frontal, que é a parte visível, onde estão as informações do produto, e o liner, que é a parte em contato direto com a embalagem — veja mais abaixo.
Os tipos de frontal
Também conhecido como “suporte impressor” por ser a superfície que recebe a impressão gráfica, o frontal é o material utilizado como base na elaboração dos autoadesivos. Basicamente dois grupos de substratos são usados nos frontais: papéis e filmes.
As opções em papel são mais populares atualmente, mas é crescente a demanda por filmes devido às suas diferenciações, como transparência, capacidade de estiramento e brilho.
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Papéis mais usados em rótulos autoadesivos:
- Revestidos ou coated (ex.: couché brilho ou fosco);
- Não-revestidos ou uncoated (ex.: em etiquetas de caixas de despacho);
- Laminados prateados e dourados;
- Térmicos (ex.: as fitas de transferência térmica ou ribbon, usadas em supermercados).
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Filmes mais usados em rótulos autoadesivos:
- Transparentes;
- Brancos;
- Metalizados (aqui incluem-se os holográficos).
A escolha do frontal para seu rótulo deverá levar em conta vários aspectos: técnicos, de custo, de aplicabilidade, pertinentes à impressão e ao resultado visual.
A escolha do liner faz, sim, grande diferença
Diferentemente do frontal e do adesivo, o tipo de liner (que também é composto de papel ou filme) a ser utilizado é definido em função da etapa de aplicação dos rótulos na linha de produção da embalagem.
Essa escolha está diretamente relacionada ao tipo de equipamento utilizado nesse processo e qualquer descuido nessa etapa pode resultar em perda de velocidade e eficiência na rotulagem.
Há também outros aspectos a serem considerados. Por exemplo, uma bobina com filme suporta, em média, entre 20% e 35% a mais de rótulos que um rolo do mesmo tamanho com liner de papel, por causa da diferença de espessura dos materiais.
O liner fílmico também pode apresentar vantagens logísticas — como a redução de custos de transporte e estocagem. Ele também proporciona, em alguns equipamentos industriais, maior produtividade por exigir menos paradas de máquina para a troca de bobinas, se comparado com o de papel. E, por ser mais fino, possibilita que até 35% mais rótulos sejam incluídos por bobina.
Quanto à reciclagem, o papel, quando utilizado, traz uma camada de silicone necessária para evitar a adesão definitiva do frontal ao suporte. Isso impede que o material seja reciclado em um processo normal com outros tipos de papel. Já os filmes plásticos são recicláveis por não haver mistura de materiais.
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Cuidados e restrições ao uso de rótulos autoadesivos
Apesar de os autoadesivos serem ecléticos em relação às dimensões nas quais podem ser aplicados (é possível rotular com eles desde pequenas embalagens de remédios até grandes galões de produtos químicos), há aspectos técnicos, físicos, que podem inviabilizar sua aplicação.
Seu uso não é recomendado, por exemplo, em embalagens muito irregulares, distorcidas, com quase ausência de áreas planas. O motivo é porque esse tipo de estrutura pode causar vincos durante a aplicação.
Em cada projeto de embalagem, é necessário avaliar com precisão qual área poderá ser rotulada. Essa avaliação é realizada a partir do desenho técnico, para que se tenha uma ideia do espaço disponível para aplicação do autoadesivo.
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Um bom projeto de embalagem define com clareza a área que irá receber a rotulagem autoadesiva.
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No entanto, não é incomum que embalagens apresentem pequenas variações na morfologia que às vezes fogem ao desenho técnico, por isso são feitos testes até se chegar ao modelo ideal do rótulo para cada caso. Nesse aspecto, cuidados com a padronização são fundamentais para evitar problemas na rotulagem.
O inconveniente das bolhas
Na linha de produção da embalagem, em sua rotulação com autoadesivos, a formação de bolhas é algo possível de acontecer. Existem algumas causas para esse problema. Entre elas está a irregularidade da superfície de aplicação. Às vezes, também pode ocorrer um descompasso entre a velocidade em que os rótulos são dispensados e a velocidade da esteira de alimentação das embalagens.
Um problema mais grave, porém, é o meio corte mal executado. Um erro dessa natureza pode causar o rompimento da bobina durante a aplicação. Como consequência, as linhas de produção são interrompidas, exigindo pausas e causando prejuízo. O problema ocorre quando a faca de corte atinge não somente o frontal e o adesivo, mas danifica também o liner. A profundidade desse corte deve ser muito precisa.
Como é feita a aplicação
Os rótulos autoadesivos podem ser aplicados na linha de produção do fabricante do produto, juntamente com o processo de envase, ou então as embalagens podem ser entregues já rotuladas por um fornecedor.
As rotuladoras podem ser rotativas ou lineares, com variação também de outros recursos técnicos. Existem, por exemplo, desde máquinas semiautomáticas até rotuladoras automáticas com servomotores, bastante avançadas tecnologicamente.
O princípio básico de aplicação, no entanto, é sempre o mesmo. A bobina com os rótulos, colocada na rotuladora, começa a ser puxada com controle da tensão e da velocidade. Uma faca de aplicação entra em contato com a parte traseira do liner numa área próxima de onde as embalagens chegam, trazidas por uma esteira de alimentação. Depois da aplicação, rolos de borracha ou espuma, ou ainda escovas, são usados para alisar o rótulo nas embalagens.
Características do processo podem variar, dependendo da rotuladora. Em algumas, há equipamentos que transferem o rótulo com jatos de ar. Braços mecânicos também podem atuar nesse processo, assim como dispositivos a vácuo, que podem segurar o rótulo até seu posicionamento correto na embalagem.
Seja qual for o processo, é fundamental que haja cuidados no que diz respeito às dimensões e à geometria da embalagem. Qualquer descuido pode resultar em descarte de grande quantidade de material.
Concluindo
A aplicação de rótulos autoadesivos, por sua versatilidade e potencialidades, pode impactar direta e positivamente na venda de um produto. Por isso seu uso está se popularizando, possibilitando projetos criativos e inventivos para os mais variados produtos.
Justamente por sua versatilidade, pela ampla gama de possibilidades que permite, o uso da rotulagem autoadesiva demanda projetos de embalagens cuidadosos, atentos aos detalhes. A consideração pela especificações técnicas também são fundamentais para o sucesso de uma embalagem rotulada com autoadesivos, que, quando devidamente projetada, tem tudo para trazer bons resultados na luta pela atenção e sedução do consumidor.
Pelas suas qualidades, tudo indica que o uso dos autoadesivos deve crescer ainda mais, sendo uma forte tendência no mercado de embalagens para os próximos anos.
Caso seus produtos não usem autoadesivos ou você esteja pensando em fazer mudanças na sua linha de embalagens, entre em contato. A Colorsystem está à sua disposição para orientá-lo em projetos que possam ajudar seus produtos a conquistarem ainda mais o mercado.
Referências e imagens:
— Cerveja Strap Tank — 10 creative packaging design trends for 2018 — embalagem criada por Helms Workshop — https://99designs.com.br/blog/trends/packaging-design-trends-2018/ e https://helmsworkshop.com/
— Linha de produtos Blend — http://www.thedieline.com/blog/2017/12/4/the-top-50-packaging-design-articles-of-2017 e http://www.siegenthaler.co/
- Linha de produtos Benefit: — http://www.makeupstash.com/2011/05/benefit-b-right-radiant-skincare.htmlwww.g1.globo.com
- Linha de produtos Tesco — http://lovelypackage.com/tesco-ingredients/ e http://www.p‑and‑w.com/