O conhecimento sobre os formatos de papel disponíveis no mercado pode parecer algo de pouca importância para quem não é designer, produtor gráfico ou trabalhador da indústria gráfica.
No entanto, uma boa noção sobre o assunto é extremamente útil para viabilizar materiais impressos, ajudar na comunicação com as gráficas e, ainda mais, baratear o orçamento de seu projeto.
Neste artigo, vamos explorar os formatos de papel mais utilizados no mercado, como são criados e algumas das características que os tornam úteis para diferentes perfis de projetos e objetivos.
Também falaremos de termos usados nas gráficas relacionados aos formatos de papel e que são importantes para que você tenha maior poder de decisão e entendimento de seu projeto.
Por fim, vamos tratar de duas outras características dos papéis que podem fazer toda a diferença no resultado de seu material: gramatura e aproveitamento do sentido da fibra.
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Neste artigo você vai ler:
— Como os formatos de papel são definidos
— Série A — ou Formato Comercial — o padrão mais usado no mundo
— Formato Gráfico — o mais usado na indústria gráfica
— Dicas para o melhor uso do papel em projetos gráficos
— Aproveitamento do sentido da fibra do papel
— Gramatura: quanto menos peso, melhor!
Como os formatos de papel são definidos
Basicamente, para fins didáticos, podemos definir os formatos de papel em dois padrões principais: o que podemos chamar de Padrão Genérico (para uso diverso, inclusive por gráficas) e o Padrão Gráfico (de uso mais restrito em gráficas).
Por Padrão Genérico podemos incluir os formatos regidos pelo sistema ISO 216. Esse sistema é definido pelas séries A, B e C. A série A, amplamente utilizada no mundo, será a tratada neste artigo por ser também o sistema usado no Brasil.
Já por Padrão Gráfico definimos os formatos usados principalmente pela indústria gráfica, que, em sua grande maioria, utiliza folhas nas medidas de 660 x 960 mm. Essas folhas são compradas em grande escala e são subdivididas em tamanhos menores, conforme o maquinário da gráfica e o material a ser produzido.
Entenda, a partir de agora, esses padrões e formatos:
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Série A — ou Formato Comercial — o padrão mais usado no mundo
Quase todos os países do mundo (exceto Canadá, Estados Unidos e, talvez, alguns outros poucos países menores) utilizam o chamado padrão ISO 216, que traz os formatos da série A (quem nunca comprou na papelaria um pacote de papel no formato A4?).
Essa classificação tem seu uso quase unânime no mundo em decorrência de sua adequação e facilidade de entendimento sobre os formatos que seu sistema oferece.
Para se entender os cálculos do sistema, é simples: a série A parte de seu maior tamanho, o papel A0 (841 x 1189 mm). A partir do A0, os demais formatos subsequentes são resultado dessa folha cortada ao meio.
Por exemplo, para converter uma folha de tamanho A3 em A4, basta cortá-la no meio (obtendo duas A4).
Uma folha A3 cortada ao meio gera duas A4.
Na sequência, uma folha A4 cortada ao meio gera duas A5.
E assim sucessivamente. Veja a tabela abaixo:
A0 841 x 1189 mm
A1 594 x 841 mm
A2 420 x 594 mm
A3 297 x 420 mm
A4 210 x 297 mm
A5 148 x 210 mm
A6 105 x 148 mm
A7 74 x 105 mm
A8 52 x 74 mm
A9 37 x 52 mm
A10 26 x 37 mm
*obs.: recentemente, além do A0 houve o acréscimo de dois tamanhos, o 4A0 e o 2A0, embora não sejam ainda reconhecidos no padrão ISO 216.
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Como já dissemos no começo deste artigo, as gráficas dão preferência a papéis 660 x 960 mm, geralmente mais adequados ao maquinário industrial, principalmente o de maior porte (como no caso da Colorsystem).
Entretanto existem projetos gráficos em específico em que os formatos da série A ainda são indicados. Além disso, algumas gráficas, devido ao tipo das máquinas de sua linha de produção, utilizam esse padrão para todos os seus impressos.
De um modo geral, veja abaixo os formatos da série A mais usados e suas aplicações:
A0 (841 x 1189 mm)
É o formato da base inicial do sistema, a partir do qual os demais são gerados.
Devido às suas grandes proporções, é usado em materiais como cartazes, banners, folhas de outdoor e em quaisquer materiais de maiores dimensões.
A1 (594 x 841 mm)
Bastante utilizado, o A1 é usado em cartazes, banners e materiais de divulgação.
Assim como o formato anterior, o A1 é uma folha também grande (em uma A1 cabem: uma A1, uma A2, uma A3, uma A4 e duas A5), o que possibilita a produção de diversos materiais menores em uma única folha.
A2 (420 x 594 mm)
Ainda razoavelmente grande, a folha A2 é muito usada para pôsteres, cartazes e materiais promocionais.
A3 (297 x 420 mm)
Formato já mais acessível ao público em geral em papelarias, o A3 é uma boa opção para impressão de materiais como fôlderes, diplomas, certificados, quadros e peças de comunicação institucional.
A4 (297 x 210 mm)
Vendido amplamente nas papelarias em diversas variações de gramatura e tipo (como vergê, couchê, papel manteiga, vegetal e artísticos), é o conhecido “papel sulfite”.
Esse formato é também amplamente utilizado por ser o padrão para as impressoras caseiras.
Em gráficas, é usado principalmente para cartazes e fôlderes menores, além de flyers e outros materiais de divulgação de menores dimensões.
Obs.: Conheça também alguns formatos próximos ao A4, facilmente encontrados em papelarias de material para escritório e artístico: Carta (letter): 215,9 x 279,4 mm; Ofício (legal): 215.9 x 355,6 mm; Tabloide 279,4 x 431,8 mm
A5 (210 x 148 mm)
Aqui já chegamos na categoria dos formatos considerados pequenos. O A5, assim como os seguintes do sistema (A6 até o A10), são usados para flyers, crachás, tags, blocos de nota e afins.
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Formato Gráfico — o mais usado na indústria gráfica
Embora existam outros formatos de papel usados pelas gráficas, a folha de 660 x 960 mm é a preferencialmente escolhida por questões de aplicabilidade e versatilidade.
A partir dessa folha, cortada e subdividida, diversos tamanhos necessários para a produção de materiais impressos são obtidos.
De um modo geral, para o cliente da gráfica, esse formato não tem muita importância, já que sua preocupação é quanto aos seus materiais prontos.
Mas aqui entra um aspecto que, sim, é bastante importante e que tem a ver com o formato dessas folhas. E esse aspecto influi no valor de seu orçamento.
Estamos falando de aproveitamento de papel.
A questão é simples: quanto melhor se acomodar o material a ser produzido nessa folha, menor será a perda de papel. E, portanto, havendo menor perda, menor será a quantidade de folhas necessárias para a produção.
Assim, portanto, quanto melhor o aproveitamento de papel, potencialmente menor será o orçamento.
Aqui temos um exemplo de sobra de papel (área preenchida de preto). Como os materiais a serem impressos nesse caso não “se encaixam” perfeitamente na folha, uma área é desperdiçada.
Agora, um exemplo de aproveitamento total da folha. Nesse caso, não há sobra. O aproveitamento do papel é de 100%.
Assim, quando estiver conversando com sua gráfica, questione e peça orientações sobre aproveitamento de papel. Às vezes, pequenos ajustes no formato de um material podem trazer redução considerável no valor de seu orçamento.
Saiba mais sobre aproveitamento de papel em nosso artigo: 7 dicas para baixar os custos de materiais impressos na gráfica.
Outras especificações quanto a formatos de papel usadas em gráficas que você precisa conhecer
Formato aberto e fechado
A diferenciação entre o formato aberto e fechado, embora simples, pode gerar alguma confusão no trato com a gráfica, principalmente para quem nunca orçou uma produção.
O formato aberto se refere ao material sem as dobras, enquanto que o formato fechado é o material ao final da produção gráfica, com as dobras (e outros acabamentos que podem influenciar o tamanho, como facas de corte diferenciadas).
Como exemplo, vemos abaixo um fôlder de duas dobras produzido numa folha de formato A4. Seu formato aberto é 210 x 297 mm, sendo que, fechado, seu formato é 210 x 99 mm.
Folhas, páginas e lâminas
Quando falamos em produção gráfica, os termos folha, página e lâmina têm significados diferentes. E é bom esclarecê-los:
• Folhas e páginas
Em um material, cada folha possui duas faces impressas (ou dois lados). Cada face é uma página. Ou seja, cada folha possui duas páginas (frente e verso).
Assim, toda face impressa é uma página. Portanto, num material (um fôlder, catálogo ou livro, por exemplo), o número de páginas será o dobro do número de folhas.
• Lâminas
A lâmina é a folha de papel em si que compõe o material gráfico.
Um jornal de empresa, por exemplo, possui várias páginas. Essas páginas são formadas a partir das lâminas dobradas ao meio, presas por grampo.
Já um fôlder pode ser criado a partir de uma única lâmina (a folha do papel) com dobras.
Na imagem abaixo, mostramos uma lâmina (de um jornal de empresa) com impressão nas duas faces. Dobrada ao meio, a lâmina gera duas folhas. Cada folha forma 2 páginas. Ao todo, no exemplo, temos: 1 lâmina, 2 folhas e 4 páginas.
Dicas para o melhor uso do papel em projetos gráficos
O papel é um material que tem sido usado desde a antiguidade. Acredita-se que os primeiros registros de seu uso remontem ao século II a.C., na China, onde ele era feito a partir de fibras de plantas, como o bambu e o arroz.
Hoje, além de infindáveis usos, ele é amplamente utilizado na produção de materiais gráficos, aplicação onde oferece várias qualidades e vantagens, como:
• Versatilidade: O papel pode ser encontrado em uma ampla variedade de cores, texturas, acabamentos e gramaturas, o que o torna um material bastante versátil na criação de diferentes tipos de materiais gráficos.
• Custo-benefício: é um material relativamente barato e acessível, tornando‑o uma opção econômica para a produção de materiais gráficos em grande escala.
• Fácil impressão: é facilmente impresso com uma ampla variedade de tecnologias de impressão, desde impressoras a jato de tinta até prensas de impressão offset, tornando‑o uma escolha popular para a impressão de materiais gráficos.
• Sustentabilidade: pode ser produzido a partir de fontes renováveis, como árvores cultivadas em florestas gerenciadas de forma sustentável, tornando‑o uma opção ambientalmente amigável para a produção de materiais gráficos.
• Durabilidade: é um material bastante resistente e durável, o que o torna uma escolha popular para a produção de materiais gráficos que precisam resistir ao manuseio frequente, como livros e revistas.
• Sensação tátil: oferece uma sensação tátil agradável que pode ser explorada pelos designers gráficos para criar materiais gráficos visualmente atraentes e agradáveis ao toque.
Confira agora algumas dicas que vão te ajudar a fazer um melhor uso do papel no seu projeto.
Aproveitamento do sentido da fibra do papel
A “fibra” em uma folha de papel refere-se às fibras de celulose que o compõem.
No início da produção industrial do papel, a polpa de celulose usada tem suas fibras arranjadas aleatoriamente.
No entanto, durante as demais fases de fabricação, as fibras tendem a se alinhar ao longo de uma única direção, formando o que é conhecido como a direção da fibra do papel.
Quando se dobra uma folha de papel contra a direção da fibra, temos alguns problemas: a dobra fica demasiadamente rígida, imperfeita e a folha tende a se abrir indesejadamente. Já quando se dobra a folha na direção da fibra, a dobra fica reta e o papel guarda a memória da dobra (a folha tende a se manter fechada).
Assim, há casos em que um material gráfico necessita imprescindivelmente que o uso do lado da fibra seja planejado antecipadamente.
Por exemplo, em livros o melhor é que eles sejam encadernados com as fibras paralelas à lombada.
Já em embalagens, quando o envase é automático, é melhor alinhar a fibra do papel no sentido do cartucho; quando há empilhamento, o sentido da fibra deve ser para a coluna.
Muitas vezes esses cuidados não são seguidos em algumas gráficas devido aos maiores custos de produção, além do uso padronizado dos formatos de papéis ou por conta do prazo de entrega e a quantidade da demanda.
Por isso, conte sempre com gráficas de qualidade.
Aqui na Colorsystem, levamos em conta todos os detalhes para que seu material tenha qualidade máxima. Fale com a gente!
Gramatura: quanto menos peso, melhor!
A gramatura do papel é a medida da densidade do papel, ou seja, da quantidade de massa por unidade de área. É expressa em gramas por metro quadrado (g/m²).
Essa característica é importante porque ela tem a ver com a rigidez da folha usada e, consequentemente, no encorpamento do material produzido.
Assim, pode-se deduzir (e muitos assim acreditam) que basta uma maior gramatura para que necessariamente o papel seja mais espesso e rígido.
Entretanto, essa correlação é bastante relativa. Não devemos confundir gramatura com corpo ou rigidez do papel.
Tudo vai depender do tipo do material (cartão, couchê, offset), do fabricante (de suas matérias-primas, aditivos e processo de produção) e também da linha de papéis (duplex, triplex, SBS, brilho, fosco etc.).
Um Cartão Triplex Suzano TP White 250g/m² é muito mais rígido e espesso que um Cartão Suzano Supremo Alta Alvura 350 g/m², por exemplo.
Portanto, uma maior gramatura de papel pode ser apenas o resultado indesejado na busca para se obter uma maior rigidez e encorpamento num material gráfico.
Assim, na hora de definir as especificações de papel de seu projeto, converse com uma gráfica de confiança. Ela poderá ajudá-lo a definir o melhor tipo e gramatura de papel a ser usado em seu material para se obter a rigidez e encorpamento desejados, sem que haja peso desnecessário.
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