Os recentes avanços tecnológicos na criação e produção de materiais impressos têm trazido ganhos de qualidade, rapidez e redução de custos surpreendentes.
Ao mesmo tempo, a ponte entre os novos e variados recursos digitais e físicos envolvidos em todo o processo gráfico — da captação inicial de imagens, passando pela criação e elaboração de peças, até a impressão final — é complexa, num ciclo que envolve equipamentos com características, espaços e perfis de cores diversos.
Assim, mesmo com toda inovação disponível, não é incomum que materiais saiam da gráfica com cores diferentes das desejadas, um problema que causa muitas dores de cabeça e prejuízos.
Isso ocorre por vários motivos. Um deles é que o fluxo de trabalho envolvido na produção de materiais impressos envolve muitas fases e aspectos, e conhecer seus segredos é importante para evitar erros.
Por isso é indispensável que toda a produção de materiais gráficos, do início ao fim do processo, conte com um adequado Sistema de Gerenciamento de Cores (ou Color Management System — CMS).
Pois é o Sistema de Gerenciamento de Cores que disponibiliza as ferramentas para buscarmos a fidelidade de cores em todo o processo produtivo, da criação à impressão gráfica.
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Para ajudar a elucidar essa questão, preparamos este artigo. Leia‑o até o fim e descubra sobre:
— O problema da variação das cores nos materiais impressos
— As dificuldades iniciais no Sistema de Gerenciamento de Cores (Color Management System — CMS)
— Como funciona um Sistema de Gerenciamento de Cores eficaz
— O processo de impressão gráfica
— Os substratos
— As provas de cor
— Padronização das cores nas gráficas
O problema da variação das cores
Sabemos o quanto a cor desempenha um papel que vai muito além de seu atributo meramente estético na comunicação e marketing, sendo um item fundamental na forma como uma marca, produto ou mensagem são percebidos, valorizados e até mesmo depreciados pelo público.
Uma marca forte e um produto de sucesso precisam ser sustentados por uma paleta de cores consistente, detalhadamente definida e fielmente reproduzida em toda a comunicação.

Assim, num folheto, embalagem, catálogo ou qualquer material promocional, a falta de fidelidade e precisão de uma ou mais cores pode trazer prejuízos que se acumulam no decorrer do tempo.
São desde prejuízos financeiros diretos e imediatos, decorrentes de refazimentos e atrasos na produção dos materiais e embalagens, até perdas de força de imagem que se acumulam, desvalorizando marcas e produtos.
As dificuldades iniciais no Sistema de Gerenciamento de cores (Color Management System — CMS)

O gerenciamento de cores em todo o ambiente de produção gráfica enfrenta vários desafios.
A princípio, temos que lidar com os diferentes processos de impressão já tradicionais no mercado. As soluções em offset, digitais, em flexografia etc. já trazem em si suas peculiaridades, seus desafios próprios quanto à reprodução de cores.
E ainda temos novos recursos tecnológicos de produção gráfica surgindo a cada dia, cada qual trazendo ótimas soluções e, ao mesmo tempo, novas dificuldades.
Não podemos também esquecer das diferenças físicas dos substratos usados na impressão dos materiais. A variedade aqui também é grande, com muitas opções de papéis, plásticos, metálicos e outros, cada qual influindo a seu modo no resultado final das cores.
Os acabamentos também exigem atenção. Laminações, vernizes, hot stamping e outros podem também interferir na cor final estampada no material.
A busca de solução na prática
O Sistema de Gerenciamento de Cores nada mais é do que a soma de práticas e tecnologias que visam garantir que as cores definidas num projeto gráfico sejam de fato reproduzidas no material impresso final.
Esse processo envolve várias etapas:
• devida configuração dos dispositivos de captura de imagens (como as câmeras);
• calibragem de monitores;
• aplicação de perfis de cor ICC (International Color Consortium);
• uso de provas de pré-impressão;
• profissionalismo do setor produtivo da gráfica, última etapa do processo, na qual o controle de qualidade é essencial. Nessa fase, a calibração dos equipamentos de impressão e a inspeção do material que está sendo impresso visam garantir que todo o processo de gerenciamento de cores atinja seus objetivos.
Portanto, uma parceria saudável com sua gráfica é indispensável. Afinal, o gerenciamento de cores termina na linha de produção de impressão, e a qualidade e a colaboração mútua fazem toda diferença.
Além disso, informe-se com sua gráfica sobre qual o parâmetro de padronização de cores que ela utiliza. Aqui na Colorsytem, praticamos a ISO 12647, uma das normas mais eficazes e reconhecidas atualmente (trataremos desse ponto mais adiante).
Como funciona um Sistema de Gerenciamento de Cores
O gerenciamento de cores é um assunto complexo, e não vamos conseguir esgotá-lo em um artigo.
Por isso, antes de você prosseguir aqui com sua leitura, sugerimos a leitura de um de nossos outros artigos, “Como garantir fidelidade de cores em seus impressos com o uso correto do perfil ICC”. Nesse artigo, além de uma guia de uso adequado dos perfis de cores no seu equipamento, tratamos de assuntos como espaço, modelo e gama de cores.

Como já dissemos, um Sistema de Gerenciamento de Cores nada mais é do que um conjunto de tecnologias, procedimentos e padrões para controlar a reprodução consistente e precisa das cores em diferentes dispositivos, materiais e processos.
Esse sistema busca garantir que as cores sejam representadas de forma fiel e previsível em um monitor, impressora, scanner ou qualquer outro dispositivo. E que, por fim, essas cores sejam adequadamente reproduzidas no material impresso.
Principais Componentes de um Sistema de Gerenciamento de Cores
1. Perfis de Cor ICC:
• Perfis de Dispositivo: São perfis digitais específicos para cada dispositivo, como monitores, impressoras, scanners e câmeras digitais. Eles descrevem como cada equipamento reproduz as cores. Os mais usados hoje são o Fogra 39 (quando o objetivo é a impressão em papel com coating, como o couchê e cartão) e o Fogra 47 (para papéis não revestidos, como o offset)
• Perfil de Trabalho (Working Space): É um perfil de cor padrão usado durante o processo de criação, geralmente em espaços de cor, como sRGB, Adobe RGB ou ProPhoto RGB, dependendo da precisão e do alcance de cores desejado no projeto.
2. Adequação de Software:
• Os softwares mais usados no mercado, como Adobe Photoshop, Illustrator e InDesign possuem funções integradas de gerenciamento de cores que permitem aplicar e converter perfis de cor ICC, garantindo a consistência ao longo do fluxo de trabalho de design até a impressão.
3. Calibração:
• Calibração de tela: Ajusta a tela do dispositivo para funcionar dentro de padrões específicos. Por exemplo, a calibração de um monitor ajusta brilho, contraste e temperatura de cor para uma exibição mais precisa.
4. Conversão de Cores:
• Num processo de criação e produção de materiais gráficos, algumas vezes é necessário fazer conversões de imagem de um espaço de cor para outro com o uso de perfis ICC. Por exemplo, ao converter uma imagem em RGB (espaço de cor de monitores) para CMYK (espaço de cor de impressoras), o Sistema de Gerenciamento de Cores precisa ajustar as cores para manter a fidelidade dentro das características dos diferentes dispositivos.
Funcionamento de um Sistema de Gerenciamento de Cores

1. Entrada de Cores:
• Ao capturar ou digitalizar uma imagem, o Sistema de Gerenciamento de Cores usa o perfil ICC do dispositivo de captura (scanner, câmera) para entender como as cores são interpretadas por esse dispositivo.
2. Edição e Visualização:
• Durante a edição em um software como o Adobe Photoshop, o Sistema de Gerenciamento de Cores aplica o perfil de trabalho para garantir que as cores exibidas no monitor sejam representativas das cores reais. A calibração do monitor é fundamental aqui para evitar distorções.
3. Provas de Cor:
• Provas de cor, tanto digitais quanto físicas, permitem visualizar como as cores aparecerão no produto final. O Sistema de Gerenciamento de Cores aplica o perfil de cor da impressora e do substrato para prever o resultado antes da impressão.
4. Impressão:
• O Sistema de Gerenciamento de Cores converte as cores do espaço de cor do design para o espaço de cor da impressora da gráfica, garantindo que a saída impressa seja o mais fiel possível ao projeto original.
O processo de impressão

Mesmo com todos os recursos disponíveis, a complexidade do processo de impressão pode trazer outras surpresas desagradáveis.
No processo offset, por exemplo — atualmente o mais utilizado devido à sua alta qualidade, versatilidade e custo-benefício, especialmente em tiragens médias e altas — a tinta é transferida para o papel por meio de cilindros, num processo com várias etapas que podem gerar variações na cor final.
Por exemplo, a pressão aplicada pelos cilindros sobre o papel, a viscosidade da tinta e a quantidade de água usada no processo podem variar levemente, gerando desvios de cor. Mesmo que essas variações sejam pequenas, elas podem se acumular no processo e representar uma diferença perceptível na impressão final.
A tinta utilizada também é um ponto de destaque, pois ela pode ser afetada até mesmo por fatores ambientais, como temperatura e umidade, que vão influenciar em sua viscosidade, alterando o modo como ela é aplicada no substrato.
Outro desafio na impressão offset é a padronização das cores em diferentes tiragens. Uma gráfica pode produzir uma tiragem inicial que atenda às expectativas de cor, mas pode não conseguir repetir o feito em reimpressões semanas depois.
Portanto, para se obter fidelidade nas cores não é apenas necessário de sua parte seguir todas as configurações e padrões exigidos num Sistema de Gerenciamento de Cores.
É preciso também contar com uma gráfica com gerenciamento de cor rigoroso para monitorar e ajustar continuamente o processo de impressão para compensar as variáveis. Isso requer a aplicação de ferramentas avançadas de medição e controle de qualidade a fim de detectar e corrigir possíveis desvios de cor conforme eles ocorrem.
Os substratos

Não podemos esquecer também da influência do substrato no resultado final das cores.
Afinal o material sobre o qual a tinta é aplicada tem um impacto significativo no modo como as cores são apresentadas. Diferentes tipos de papel, plásticos, metálicos, tecidos e outros materiais não só possuem atributos físicos variados, como também interagem de formas diferentes com a tinta.
As características dos substratos, tais como tipo, textura, gramatura e brilho, afetam diretamente a absorção e a reflexão da tinta, impactando a vivacidade e a saturação visível das cores.
Por exemplo, um couché (papel revestido) pode gerar cores mais saturadas, vibrantes, devido a sua superfície lisa, que vai manter a tinta em sua camada mais superior. Por outro lado, um papel não revestido tende a resultar em cores mais suaves por absorver mais tinta.
Além disso, a cor do substrato também deve ser levada em consideração. Um papel mais branco evidentemente será uma base neutra para as cores, enquanto um papel com uma tonalidade mais amarelada vai trazer um pouco dessa cor a todo o material.
Diante dessas variações, para se obter resultados mais consistentes, deve-se desenvolver perfis de cores específicos para cada tipo de material utilizado. Esses perfis de cor, criados a partir de dispositivos de medição como espectrofotômetros, vão permitir que o Sistema de Gerenciamento de Cor faça as correções para compensar as variações do substrato.
Além disso, é aconselhável que os designers e os profissionais de pré-impressão de sua gráfica trabalhem em colaboração, escolhendo adequadamente o substrato desde a concepção inicial do projeto.
Os acabamentos

Última etapa do processo de produção gráfica, o acabamento também pode ter impacto significativo na cor final do material impresso. Laminações, vernizes, hot stamping, entre outros, podem influenciar a aparência das cores, afetando aspectos como brilho, saturação e contraste.
Por exemplo, enquanto uma laminação brilhante tende a aumentar a saturação e contraste, uma laminação fosca pode ter efeito inverso, suavizando as cores. O verniz UV é outro acabamento que pode influenciar a cor. Aplicado em áreas específicas (verniz localizado), ele pode, quando brilhante, realçar as cores sobre as quais foi aplicado.
Uma prática disponível em algumas gráficas é a realização de testes de impressão com os acabamentos a serem aplicados. Assim são possíveis ajustes necessários antes da produção em escala.
Provas de cor
As provas de cor são a etapa final antes da produção gráfica. São, portanto, o último momento no qual ainda é possível voltar atrás alguns passos no processo de criação e produção do material para a realização de eventuais ajustes nos arquivos digitais para se obter as cores desejadas na impressão.
Sendo a última ponte entre a fase de design e a produção final, as provas de cor são uma ferramenta de grande valor para designers e profissionais de marketing a fim de garantir que a visão criativa será de fato trazida no produto final.
Existem alguns tipos de provas de cor mais usadas no mercado, cada qual mais adequada para diferentes situações: várias etapas que podem gerar variações na cor final.

• Prova Digital: Bastante popular por sua rapidez e precisão, a prova digital é gerada em impressoras de alta performance para simular impressões offset ou digitais.
Ideal para verificações mais rápidas, as provas digitais vêm se destacando no mercado pelo ganho de confiabilidade na reprodução de cores que vem adquirindo em decorrência dos avanços tecnológicos.
Com tecnologias modernas, como espectrofotômetros para ajuste de cores, a prova digital é altamente confiável para a maioria dos projetos gráficos, desde embalagens até materiais promocionais.
• Prova de Máquina: Por ser realizada na impressora em que se dará a impressão final, é a prova mais precisa por incluir variáveis como tinta, substrato e acabamento.
Devido a seu custo mais elevado e ao tempo maior necessário para sua produção, é usada apenas em projetos com necessidades mais específicas ou ocasionalmente para validar correções antes de uma produção maior, em larga escala.
Padronização das cores nas gráficas
Quando falamos em impressão na gráfica, a padronização é um dos pontos-chave para garantir consistência e qualidade dos materiais impressos em diferentes situações.
E, em relação à padronização de cores, um dos recursos mais reconhecidos atualmente é a adoção da norma ISO 12647.
Esse conjunto de normas foi desenvolvido especificamente para fornecer diretrizes sobre controle de processos de impressão na gráfica, garantindo que as cores sejam reproduzidas de maneira consistente em diferentes tiragens e em diversos equipamentos.
Para isso, a ISO 12647 oferece mecanismos de aferições, controles e ajustes que incluem aspectos como a densidade da tinta, o ganho de ponto (dot gain), o equilíbrio de cinzas e outros parâmetros críticos que influenciam diretamente a qualidade da cor.
A norma é aplicável a diferentes métodos de impressão, como offset, flexografia, serigrafia e impressão digital, fornecendo uma base sólida para que as gráficas possam padronizar seus processos e alcançar resultados consistentes.
A ISO 12647 é aplicada aqui na Colorsystem.
Para nossos clientes, sua adoção garante que nosso processo de produção seja conduzido dentro de parâmetros eficazes de controle de qualidade. E significa uma probabilidade muito maior de que as tonalidades vistas na tela do computador em um Sistema de Gerenciamento de Cor sejam fielmente reproduzidas no material impresso.
Com o uso da norma ISO 12647, a Colorsystem também pode oferecer mais confiabilidade na reprodução de cores em diferentes tiragens do mesmo material.
Afinal, sabemos que, no mundo da comunicação visual, a cor não é apenas uma escolha estética; é uma ferramenta poderosa que comunica, engaja e inspira.
Assim, se você busca um controle e padronização de alta fidelidade nas cores em seus impressos, traga seus projetos para nós.
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Esperamos que este artigo tenha sido útil para você!
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