Como garantir fidelidade de cores em seus impressos com o uso correto do perfil ICC

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Um dos maiores pesadelos de quem trabalha com design, fotografia, estamparia, produção gráfica e afins é o de que seus materiais impressos, uma vez prontos, tragam cores diferentes das esperadas, comprometendo o resultado final.

E muitas vezes essa discrepância entre o material finalizado e o arquivo digital encaminhado para produção ocorre em fluxos de trabalhos realizados em monitores de qualidade e corretamente calibrados para a verificação das cores.

Então por que, mesmo com esses recursos, o problema ocorre?

Neste artigo, vamos trazer uma resposta para essa questão tratando dos perfis ICC (International Color Consortium), mostrando como funcionam e como usá-los para obter resultados de cores mais fiéis em seus materiais impressos.

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Leia aqui em “Como maximizar a fidelidade de cores em seus impressos com o uso correto do perfil ICC” sobre:

— A diferença das cores
— Espaço de cores
— A gama de cores
— Perfil de cor ICC e a fidelidade de cores
— Evite os erros mais comuns na área de criação
— Mas qual perfil ICC devo usar?
— Por fim, lembre-se…
— Contar com uma gráfica de qualidade também é indispensável

A diferença de cores

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Hoje em dia, temos uma surpreendente quantidade de dispositivos que exibem imagens. São televisões, tablets, celulares, notebooks, smartwatches, e‑readers, painéis diversos etc. Além da variedade de tipos desses dispositivos, temos uma diversa gama de tecnologias à disposição para cada um deles.

Se formos nos restringir apenas aos monitores de computador LCD, temos os tipos de painéis TN (Twisted Nematic), VA (Vertical Alignment), IPS (In-Plane-Switching) e outros, cada um deles com suas características únicas de construção e com resultados diferentes na exibição de imagens.

Assim, uma mesma cor exibida em dispositivos diferentes não se mostrará a mesma:

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A questão fica ainda mais complexa ao considerarmos que esses dispositivos são apenas os de reprodução de imagens. Entre os dispositivos de captura (câmeras digitais, scanners, placas de captura, webcams etc.), a diferença de cor poderá já ocorrer no momento de registro de dados das imagens.

Além disso, devemos também considerar as peculiaridades dos softwares de criação e tratamento de imagens e artes, como o Adobe Photoshop, Illustrator, InDesign e Lightroom, CorelDraw, Pixlr, InPixio e mais uma quantidade crescente de opções no mercado.

E, na ponta final de muitos fluxos de trabalho, temos a impressão gráfica, que também terá variações decorrentes de processos, equipamentos, leituras de arquivos digitais, materiais usados etc.

Com tantos dispositivos, etapas e processos, como vamos gerenciar as cores de nossos projetos do começo ao fim? Como podemos garantir que aquela foto de uma flor violeta será capturada com a cor fiel pela máquina fotográfica, depois exibida corretamente no Photoshop para, ao fim, ser impressa com fidelidade no fôlder de divulgação do cliente?


Espaço de cores

Para analisarmos melhor a questão, o primeiro passo é entendermos o que é um espaço de cor.

Como definição, o espaço de cor é uma organização específica de cores, um mapeamento de uma região dentro do espectro visível das ondas luminosas.

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Cada espaço de cor mapeia uma região do espectro. Assim, cada espaço de cor terá uma abrangência de cores.

Essas são cores, portanto, situadas no espectro de ondas de luz captadas por nossos olhos e interpretadas por nosso cérebro.

E, para podermos reproduzir das mais variadas formas as cores que nossos olhos veem, foram criados os chamados modelos de cor, que são sistemas baseados em valores matemáticos que os computadores e demais dispositivos podem interpretar de modo uniforme.

Os modelos de cor mais comuns são:

RGB: Funciona a partir de três comprimentos de onda perceptíveis aos olhos: vermelho (Red), Verde (Green) e Azul (Blue). É usado principalmente no mundo digital, em dispositivos que emitem luz. Exemplo de cor configurada no modelo RGB > R: 91, G: 29, B: 28.

CMYK: Inversamente ao RGB, o CMYK funciona com a absorção das ondas de luz. É usado na mídia impressa, como resultado da combinação do Ciano, Magenta, Amarelo e Preto. Exemplo de cor em CMYK > C: 37, M: 25, Y: 58, K: 15.

Pantone: É usado principalmente na indústria gráfica para imprimir cores em tintas específicas. Diferente dos outros sistemas, constituídos por cores representadas em combinações matemáticas, a escala Pantone traz cada uma de suas cores com um código de identificação, como 101C.

Agora que vimos os espaços e os modelos de cores e entendemos como elas são registradas em valores numéricos, vamos observar o mapa CIE 1931 (projetado em 1931 pela “Commission Internationale de l’éclairage”).

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O mapa CIE 1931 nada mais é do que uma representação gráfica criada para ilustrar o espectro de luz visível.

Com esse mapa, obtemos um entendimento mais didático e visual de como os espaços de cor se acomodam dentro do espectro visível.

Veja alguns exemplos de espaços de cor distribuídos no mapa CIE 1931:

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Para cada espaço de cor, uma gama de abrangência

Para visualizarmos como se comporta uma determinada cor em relação aos espaços de cores, vamos imaginar a captura da foto de uma borboleta em uma parede branca. As asas desse inseto são predominantemente verdes

A câmera fotográfica faz a captura da imagem em um espaço de cor Adobe RGB (1998).

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Dentro da distribuição espacial no mapa CIE 1931, a cor verde das asas fica situada conforme a imagem ao lado.

O fotógrafo então encaminha a foto para um designer gráfico usá-la na criação da capa de um livro. Esse profissional abre o arquivo em seu Photoshop, que, por sua vez, está configurado em sRGB.

O sRBG abrange um espaço menor do que o Adobe RGB (1998), possuindo uma gama mais reduzida de cores. O verde das asas da borboleta então, quando reinterpretado no computador do designer, é reacomodado em outro ponto do mapa CIE 1931.

Ou seja, nesse processo de transição da máquina fotográfica para o Photoshop do designer, a cor precisou ser realocada para ficar dentro do espaço disponível configurado no software, o sRGB. Como podemos ver no gráfico acima, esse reposicionamento da cor alterou‑a, levando‑a para mais perto do espectro do amarelo.


Perfil de cor ICC e a fidelidade de cores

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O que é um perfil de cor ICC? Como ele pode evitar mudanças de cores em um fluxo de trabalho?

Um perfil ICC é um conjunto de dados que define como um dispositivo de captura, exibição ou reprodução de imagens interpreta as cores. Ele funciona como se fosse um manual de instruções para orientar como as cores são representadas.

Os perfis ICC trazem uma série de informações que vão definir a interpretação das cores nos dispositivos. São, portanto, imprescindíveis para que as cores sejam consistentes em um fluxo de trabalho, mantendo um mesmo padrão em diferentes aparelhos e sistemas.

Tecnicamente, os elementos básicos que constituem um perfil de cor ICC são:

Espaço de Cores de Origem: Especifica como as cores são armazenadas no dispositivo de origem;

Espaço de Cores de Destino: Descreve como as cores captadas no dispositivo de origem são interpretadas no dispositivo de destino;

Gama de Cores: Define a gama de cores que serão exibidas;

Curva de Gama: Indica o mapeamento das cores entre os dispositivos;

Tabela de Cores: Oferece a correspondência entre as cores nos espaços de cores de origem e destino;

Demais parâmetros: Determina os valores de temperatura de cor, brilho e contraste.

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Como os perfis de cor ICC funcionam?

Na prática, os perfis de cor ICC atuam como se fossem intérpretes, fazendo com que vários dispositivos entendam as cores de modo uniforme. 

Atuam basicamente em três fases:

Captação de cores: Um dispositivo capta ou cria cores num espaço de cor de origem;

Conversão de cores: O perfil ICC mapeia as cores do espaço de cores de origem para o espaço de cores de destino. Isso envolve coordenadas de cor para o alinhamento com o dispositivo de destino;

Exibição ou impressão de cores: as cores, uma vez transpostas, são reproduzidas em outro dispositivo ou então impressas em papel seguindo o perfil ICC adequado.

Assim, fica evidente que todos os dispositivos e softwares envolvidos no processo devem usar perfis ICC alinhados.


Evite os erros mais comuns na área de criação

Um erro comum de profissionais que trabalham com edição e criação de imagens e artes, como os designers gráficos, é instalar em seus computadores os aplicativos gráficos e usá-los na configuração “default” nas especificações de perfil de cores. A configuração padrão desses softwares não condiz com a realidade do mercado brasileiro (normalmente os softwares trazem a caracterização de cor pelo padrão SWOP).

Também é comum que muitos profissionais considerem que o fato de terem seus monitores calibrados seja suficiente para garantir a fidelidade de cores entre seus arquivos e o material impresso. Entretanto, a calibração de um monitor o alinha em um padrão, mas não define qual é esse padrão. Por isso os perfis ICC são importantes, pois eles vão definir o padrão de cores a ser usado.


Mas qual perfil ICC devo usar?

Antes de trazer uma resposta para essa pergunta, precisamos lembrar que não existe um perfil ICC que seja, a princípio, melhor do que outro. O que importa aqui é que exista uma conformidade de perfil do começo ao fim do processo.

Veja algumas orientações quanto ao perfil ICC a ser usado conforme o modelo de cor:

RGB: Os perfis mais usados no Brasil são o Adobe RGB (1998) e o sRGB. O primeiro traz uma gama maior de cores que o segundo, porém esse espaço maior de cor não é reproduzido na internet e em determinados monitores, o que poderá causar surpresas desagradáveis.

O sRGB tem a seu favor estar num espaço de cor mais próximo do CMYK, o que favorece a conversão de arquivos entre um e outro modelo.

Então, se você for um fotógrafo ou profissional de imagem que esteja necessitando de um espectro de cores maior, o indicado para você pode ser o Adobe RGB.

Se seu foco de trabalho é a internet e uma melhor relação entre RGB e CMYK, o melhor perfil será o sRGB.

CMYK: Boa parte do maquinário das gráficas de qualidade no Brasil são importadas da Europa. Por isso, os perfis ICC mais indicados são os condizentes com o padrão europeu. Os mais usados são o Fogra 39 (quando o objetivo é a impressão em papel com coating, como o couchê e cartão) e o Fogra 47 (para papéis não revestidos, como o offset).

De qualquer modo, entre em contato com sua gráfica e confirme qual o perfil indicado para que seu arquivo digital se adeque ao perfil dos equipamentos do parque industrial que fará a impressão.

Nos principais softwares de edição e criação de imagens e artes, o lugar onde se configura o gerenciamento das cores é no item Configurações de Cores (edit > configurações de cores). O exemplo acima é da tela pop up com as opções do Photoshop.


Por fim, lembre-se…

Ao enviar materiais para impressão em gráficas, não se esqueça de algumas diretrizes simples mas importantes para garantir precisão na reprodução de cores:

Comunique-se com a gráfica: Antes de enviar seu projeto para impressão, converse com sua gráfica e verifique os formatos de arquivos aceitos e os perfis de cores ICC recomendados. Lembre-se que um bom resultado de impressão é importante para toda a gráfica de qualidade, então é do interesse dela oferecer a você um bom suporte;

Incorpore os perfis de cores nos arquivos: faça a incorporação do perfil de cor ICC em seus arquivos, garantindo que a gráfica terá as informações necessárias para interpretar corretamente as cores de seu projeto;

Perfil ICC - fidelidade de cores - saída

Por segurança, ao enviar seu arquivo para a gráfica, dentro das opções para exportação para PDF (formato mais usual), incorpore o perfil de cores usado habilitando a opção converter em destino. Caso o arquivo já tenha sido configurado adequadamente com o perfil de cor adequado e as imagens já terem os perfis incorporados, a ação não é necessária, mas é uma garantia extra para evitar problemas.

Faça provas de cor: Na pressa do dia a dia ou na urgência de entrega de um projeto, muitas vezes se abre mão das provas de cor. Entretanto, as provas de cor são uma validação final da fidelidade das cores de seu material e, uma vez aprovadas, também servirão de guia na hora da impressão, garantindo um maior controle de qualidade de sua produção.


Contar com uma gráfica de qualidade também é indispensável para garantir a fidelidade de cores em seus materiais

A Colorsystem prima pela máxima qualidade dos materiais que produz, por isso é uma gráfica que vem crescendo desde sua fundação, satisfazendo seus clientes há mais de 20 anos.

Além da tecnologia e de um parque gráfico de ponta, a Colorsystem dispõe de uma equipe com preparo técnico para te ajudar a obter a maior fidelidade de cores em seus projetos.

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Esperamos que este artigo tenha sido valioso para você!

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